A música continua e eu não posso dormir.
Que a emoção dessa hora é tão imensa, ainda que a madrugada avance e as coisas de amanhã me empurrem pra rotina entediante de mais um dia de ser ninguém.
Eu ouço e ouço e ouço a canção, a melodia mole criando ondas, crescendo, possuindo, indo e vindo suave como um homem gentil que sobre mim se pusesse e gentilmente me amasse com todos os sentidos. Tudo aguçado e intenso, mas vibrando lento, a boca se movendo mansa, os olhos me encontrando imensa no amor que eu também lhe daria com minhas mãos e pélvis, o coração batendo rouco na ponta da língua, resvalando nos cabelos sobre a cama que mão dele roçaria.
E é tão urgente a vontade de gritar, é tão urgente, como se imperioso o grito para reescrever a vida, brincar de ser outra.
E a outra que eu fosse sempre saberia quando e tudo. A outra que eu não fui porque me perdi um dia e a bruma era tão densa.
Oba, blogue novo. 🙂 E começou lindamente.
Beijos em você, querida.